A 55Km do Amiribatejo, podemos encontrar a vila de Óbidos, conhecida principalmente por ter um grande castelo medieval. O concurso ‘As sete maravilhas de Portugal’ declarou em 2007 este castelo como o segundo dos sete monumentos mais relevantes do património arquitetónico português.
Historia da vila de Óbidos
Considera-se que os Celtas construíram Óbidos em 308 a.C., embora o povo Fenício tenha tentado dominar a região, mas não tenha conseguido devido à resistência dos Celtas. Este mesmo povo acabou por ceder perante os romanos, que conquistaram esta zona.
Para tal, embarcaram num porto a norte (Barra de S. Martinho) e desta forma navegaram até junto dos muros da Vila através da boca da Foz do Arelho.
Segundo alguns autores, o nome que viria a denominar a Vila surge daqui, pois, na formalização da conquista, o chefe dos exércitos romanos teria relatado a Júlio César a sua vitória, indicando que tal só teria sido possível pelo braço de mar, ou seja, devido a ‘Ob id os’ (‘por causa desta boca’). No entanto, também se defende que o nome Óbidos derive da denominação mais apropriada de ‘Oppidum’, que significa Vila fortificada.
Com o declínio do Império Romano, vários povos, como os Alanos, os Suevos e os Godos, tomaram conta da Lusitânia (atual Portugal), seguidos pelas invasões Árabes. Os Árabes permaneceram nesta zona entre 711 e 1148, tendo desenvolvido as ciências e entre outras coisas.
A conquista de Óbidos
Em Novembro de 1147, e após conquista de Lisboa aos mouros, D. Afonso Henriques decide-se pela conquista de Óbidos por saber que esta era um ponto estratégico muito mais forte que outros como Torres Vedras ou Alenquer. Liderados por Gonçalo Mendes da Maia, “O Lidador”, um grupo de cavaleiros investiu durante a noite pela parte nascente da terra enquanto os restantes militares portugueses chamavam a atenção dos Árabes na porta do Castelo a poente. Hoje chamada “Porta da Vila”.
Desta forma, puderam os cavaleiros deslocar-se na parte nascente do Castelo, cobertos de arbustos e moitas, tendo apenas sido descobertos pela filha de Ismael, o Alcaide moiro, que suspeitou das moitas andantes. Quando o Alcaide viu que estava a ser invadido, julgou que os portugueses só poderiam ter chegado ali se algum dos seus o tivesse traído. Gritou como sinal de alarme as palavras “traição, traição”, pelo que esta porta, que se encontra na base da torre D. Diniz, ficou conhecida como a “Porta da Traição”.
De acordo com a história, foi valente a batalha, quer pelos cavaleiros quer pelos restantes militares que, sabendo da entrada dos cavaleiros por norte, se dispuseram a entrar pela porta da frente, permitindo a conquista do Castelo de Óbidos aos Mouros em 10 de Janeiro de 1148.
Foi de Óbidos que nasceu o concelho das Caldas da Rainha, anteriormente chamado de caldas de Óbidos (a mudança do nome ficou a dever-se às temporadas que aí passou a rainha D. Leonor).
Monumentos de Óbidos
Porta da vila
A incrível entrada principal na vila de Óbidos, certamente faz-nos viajar no tempo. O seu oratório com uma varanda coberta de um painel de azulejos do século XVIII representa principalmente a Paixão de Cristo. É aqui que se encontra a inscrição dedicada à padroeira de Óbidos, Nossa Senhora das Dores.
Pelourinho de Óbidos
Um dos mais enigmáticos elementos da História de Óbidos é o seu Pelourinho. Feito de granito, representa o poder e a independência municipal mas também simboliza as diversas punições públicas que ali ocorreram durante a Idade Média.
Castelo de Óbidos
O monumento mais notável da vila de Óbidos é o seu Castelo altaneiro. Considerado uma das sete maravilhas de Portugal, o Castelo de Óbidos integra neste momento uma “pousada do estado em edifício histórico”. Daqui se consegue avistar toda a vila assim como os seus monumentos. De elevado valor histórico, este grande marco da Reconquista Cristã sofreu diversas restruturações, principalmente depois do terramoto de 1755, onde foi alvo de uma grande recuperação por D. Manuel I.
Aqueduto da Usseira
O Aqueduto da Usseira foi mandado contruir no século XVI por D. Catarina, constituindo o primeiro sistema de abastecimento de água, que seria transportada por 3 quilómetros de arcos atravessando vinhas e colheitas até à Fonte da Vila, localizada em frente à Igreja de Santa Maria, no largo com o mesmo nome.
Igreja de Santa Maria
Na praça principal, a de Santa Maria encontra-se a Igreja com o mesmo nome. É a Igreja de Santa Maria (onde se casaram Afonso V e sua prima Isabel aos 10 e 8 anos a 15 de agosto de 1444) o principal templo religioso da vila. De origem medieval e com influência visigótica, no seu exterior apresenta um estilo maneirista, principalmente com destaque para a imagem de Nossa Senhora da Assunção, sob o pórtico principal. No seu interior destacam-se painéis de azulejos seiscentistas bem como telas da pintora Josefa d’Óbidos, do século XVIII.
Eventos da vila de Óbidos
Óbidos já tem habituado os visitantes à sua transformação pela altura de Natal. Nos últimos anos, a vila transformasse em uma autentica “vila natal”, certamente um local místico que encanta miúdos e graúdos pela beleza e diversão que proporciona a todos.
Adicionalmente à “vila natal“, Óbidos tem outros eventos assim como a feira medieval, onde o castelo regressa ás suas origens medievais e onde se pode experienciar o que era viver nessa época.
O festival do chocolate é também um evento que desperta muito interesse nos turistas, neste festival podem ver-se esculturas de chocolate de tamanho real, as crianças podem participar em workshops assim como fazer os seus próprios chocolates.